O frio cai sobre a terra como um manto invisivel, o vento transporta pequenas particulas brancas...
Os pequenos flocos de neve brincam ao sabor do ento gélido como se fossem crianças, aos poucos um manto branco estende-se sobre o que resta da erva verde, as árvores despidas tremem de frio.
Dentro de casa uma calmo e aconchegante fogo dança na lareira, o fumo sai pela chaminé formando intermináveis nuvens. A neve fria teima em não derreter com o brilhante sol da manhã e o vento continua gélido e faz as arvores tremerem novamente.
O Inverno não quer ir embora, o seu manto branco escondeu as flores, despiu as árvores e mandou embora as aves que outrora cruzaram o céu.
Pequenas pegadas surgem na neve durante a tarde, algo ou alguém corajoso enfrenta o sol gélido. Duas ou três bolas brancas cruzam o ar e desfazem-se contra a árvore mais próxima. Um pequeno pompom vermelho e farfalhudo espreita detrás de um banco de neve.
Ao anoitecer um barrigudo boneco-de-neve com uma cartola e um cachecol azul tenta manter o equilibrio das suas três bolas e um pequeno esquilo sai da toca todo encolhido para procurar algumas sobras.
Na manhã seguinte uma grinalda verde está à porta esperando pela noite de Natal, de dentro da pequena casa vem um cheirinho a pão fresco e azevias, o dia de Natal está a chegar.O tempo pasa e cada vez mais pegadas marva a neve que continua teimosamente a tapar a erva verde, mas numa árvore distante um pequeno rebento verde cresce timidamente, a Pimavera está à porta, embora venha a pequenos e timidos passos.
Finalmente a neve cede e o riacho recomeça a sua sinfonia por entre pedaços de erva verde. Os lírios começam a espreitar junto às pedras da margem e os malmequeres parecem estar com perguiça de acordar.
Na grande árvore o pequeno e timido rebento tornou-se uma folha verdinha, o esquilo sai da toca para apanhar os primeiros raios de sol quente. Por fim o ultimo pedacinho de neve derreteu, o Inverno chegou ao fim...
"Imaginar é tão fácil..."
